É um problema que assombra os biólogos desde a conclusão do Projeto Genoma Humano. Ao explorar nosso código de base genética, o projeto supunha, seríamos capazes de dominar o controle de doenças hereditárias, editá-las à vontade e prever facilmente as consequências de qualquer gene que estabelecesse as bases para nossos corpos, funções e vidas.

A visão não funcionou. As sequências de DNA, enquanto capturam informações genéticas extremamente poderosas, não se traduzem necessariamente em indicar como nossos corpos se comportam. Os genes podem ser ativados ou desativados em diferentes tecidos, dependendo da necessidade da célula. Ler uma sequência de DNA para qualquer gene é como analisar o código básico do programa interno de uma célula. Existe o código genético bruto – o genótipo – que determina o fenótipo, o software da vida que controla como as células se comportam. Ligar os dois levou décadas de experimentos meticulosos, construindo lentamente uma enciclopédia de conhecimento que decodifica a influência de um gene nas funções biológicas.

Um novo estudo aumentou o esforço. Liderado pelos Drs. Thomas Norman e Jonathan Weissman no Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova York e na Universidade da Califórnia, em São Francisco, respectivamente, a equipe construiu uma Rosetta Stone para traduzir genótipos em fenótipos, com a ajuda do CRISPR.