Um ano de pandemia e o tema “futuro do trabalho” segue cada vez mais presente nas redes e rodas de conversas pelo mundo afora. Não mais em encontros presenciais, mas protagonizando importantes debates na mídia, em lives e videochamadas. Afinal de contas, mesmo que aos tropeços, todas as pessoas e organizações precisaram se adequar a essa nova realidade forçada que estamos vivendo.
Essa situação, que vai muito além das fronteiras brasileiras ou mesmo do continente americano, faz valer, cada vez mais, o conceito de Aldeia Global do filósofo Marshall McLuhan. Em meados dos anos 60, McLuhan já previu o poder das novas tecnologias em encurtar distâncias e transformar o mundo em uma aldeia, onde as pessoas de certa forma estariam interligadas.
No entanto, face ao cenário de desigualdades sociais e seus profundos impactos, tornou-se fundamental tirar da invisibilidade questões como: Qual o impacto ambiental e social dessas mudanças? Será que essa aldeia é inclusiva? E o tal futuro do trabalho, é projetado para ser inclusivo para os mais de um bilhão de pessoas com deficiência?
Quando celebrou os seus 100 anos de existência, em 2019, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou os extremos em que o mundo do trabalho se encontra. De um lado vemos a transformação impulsionada por inovações, mudanças demográficas e globalização. Do outro, as persistentes desigualdades que causam impactos profundos sobre a natureza, o futuro do trabalho, principalmente em relação ao lugar e a dignidade das pessoas nele.