“Temos atravessado desafios enormes e acredito que nenhum dos problemas atuais pode ser analisado sozinho, tudo é conectado e interdependente. O coronavírus, por exemplo, deve ser visto como uma resposta biológica da Terra“. Desta maneira Fritjof iniciou a conversa. De acordo com ele, durante a pandemia do COVID19, pudemos ver que a justiça social já não é uma questão política, mas de vida ou morte da espécie humana. Para evitar que outras pandemias se alastrem, é essencial melhorar a situação de vida dos mais vulneráveis, com ações coletivas.

A busca implacável pelo crescimento perpétuo leva a um consumo exacerbado que, por consequência, leva ao desperdício, escassez de recursos, aumento da desigualdade econômica e, por fim, à crise climática que vivemos hoje. Capra acredita que, enquanto apenas uma parte do sistema crescer, a outra inevitavelmente entrará em declínio.

De acordo com o autor de “O Tao da Física (1975)”, o crescimento equilibrado e multifacetado é conhecido na biologia como crescimento qualitativo. “Precisamos qualificar o crescimento econômico ao invés de avaliar a economia em termos de medida de PIB. Se faz necessário distinguir crescimento bom e crescimento ruim. A mudança de um modelo de crescimento quantitativo para qualitativo começa, primeiramente, com o desenvolvimento de indicadores qualitativos de pobreza, saúde, equidade, educação, inclusão social e de ambiente. Nenhum deles pode ser reduzido a coeficiente monetário“, explica.