Luiz Biagiotti, que comanda a empresa Outbrain no Brasil e é estudioso do marketing, afirma que não há mais volta: o uso de dados se tornou básico em qualquer campanha publicitária
Sabe quando você lê uma notícia na internet e, ao chegar ao fim da matéria, encontra um conteúdo com a sua cara? Pois essa curadoria, que também pode aparecer em formato de vídeo, geralmente é feita por inteligência artificial (IA): a partir dos dados dos usuários, os algoritmos são treinados para comprar mídias levando em conta a afinidade entre seus leitores e o conteúdo a ser veiculado– seja ele um conteúdo de marca, seja um anúncio publicitário.
Como consumidores, já estamos nos acostumando com a chamada publicidade programática, ou marketing programático, que vem crescendo aceleradamente nos últimos anos. Mas, como gestores, em que medida entendemos todas as suas características e implicações?
Essa compra programática de mídia – que pode chegar ao consumidor como mensagem direta ou aparecer dentro de marketplaces – divide-se em categorias. Há o marketing programático do tipo display – em que a publicidade é claramente separada do conteúdo a sua volta. Nos EUA, esse modelo já movimenta quase US$ 47,4 bilhões ao ano, correspondendo a 82,5% de todos os investimentos em publicidade digital. Anunciantes como a Amazon são grandes players de programática display e grandes DSPs (sigla em inglês para as plataformas de demanda) dominam o mercado, como OpenX e MediaMath. A alternativa ao tipo display é a publicidade nativa, que se mistura com o conteúdo de um marketplace e cresce muito no universo mobile. Destacam-se players como Outbrain e Taboola.