Quando o Nobel da Economia Milton Friedman publicou, em 13 de setembro de 1970, o famoso artigo “The Social Responsibility of Business Is to Increase Its Profits” no New York Times, uma nova cultura foi criada e potencializada no capitalismo: a maxi mização de lucros como principal finalidade dos negócios. Essa primazia dos acionistas, nos EUA conhecida como “shareholder primacy”, alterou o modelo de produção e consumo, gerando uma riqueza sem precedentes. Desde então, mais de 1 bilhão de pessoas deixaram a linha de pobreza extrema no mundo.

Nessa edição comemorativa de 25 anos de HSM Management, avaliamos nesta coluna a evolução do capitalismo e o papel da liderança na construção de um novo modelo orientado não apenas aos shareholders, mas aos stakeholders, isto é, a todas as partes interessadas das empresas.

Durante esse período de um quarto de século, é possível destacar fatos que mostram a ampliação da consciência quanto aos efeitos do capitalismo pura mente orientado à maximização de lu cros. Após a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, em 1992, a agenda ambiental e social se aproximou do setor privado e mobilizou lideranças públicas. A primeira COP (Conference of the Parties) das Nações Unidas aconteceu em 1995. O protocolo de Kyoto, em 1997, criou as primeiras grandes tensões sobre responsabilidades das emissões de gases de efeito estufa. Na agenda social, a responsabilidade social corporativa ganhou força nas décadas de 1990 e 2000.