Quando a pandemia de covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde, ninguém imaginava que o estrago sobre o emprego seria tão grande. No mundo, US$ 4 trilhões de renda do trabalho deixaram de circular, e estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam um déficit global de 75 milhões de empregos em 2021. Para 2022, a projeção é de 23 milhões de vagas a menos do que no período anterior à covid-19. No Brasil, o número de desempregados, que já era alto antes da pandemia, foi a 14 milhões de pessoas, pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve impacto também sobre quem manteve o emprego. Esse funcionário passou a conviver com equipes mais enxutas, acumulou tarefas, projetos e responsabilidades, teve o salário congelado em muitos casos. Não foi só pela pandemia. O Global Wage Report 2020-2021 da OIT reflete isso, ao informar que, no perí0do de 2008 a 2019, o salário médio do Brasil ficou praticamente estacionado e em penúltimo lugar entre as economias emergentes, acima apenas do mexicano. Enquanto isso, a conta do supermercado, o plano de saúde (se você for pessoa jurídica) e o combustível continuam a subir.

Diante desse quadro, é possível que você se sinta numa encruzilhada. De um lado, acha que merece aumento salarial, seja por desempenho, por correção monetária ou ambos os fatores. De outro, vê o mar de desemprego a sua volta, com tantas pessoas em situação precária, e tem dúvidas sobre a recuperação da economia brasileira no curto prazo. O que fazer?