O novo modelo de gestão troca poder por colaboração e exige que se abra mão do poder e da hierarquia para compartilhar responsabilidades.
Há uma característica comum a muitas das organizações para as quais sou chamado para ajudar a construir ambientes de segurança psicológica: as lideranças se sentem muito solitárias. Em geral, eu as encontro ilhadas pelo medo de mostrar suas limitações e impedidas de aprender.
É como se estivessem ensanduichadas. Não podem mostrar as fraquezas para os colaboradores, porque não querem ver suas decisões questionadas. Não podem ter a cumplicidade dos pares, porque com eles disputam posições superiores. E não podem admitir suas limitações para as próprias lideranças, por receio de parecerem incapazes. Há fases e circunstâncias melhores, outras piores. Mas, em alguma medida, toda liderança que eu encontro já passou ou passa por isso.
Desconectados desse contexto imediato, sem saber a quem recorrer, muitos profissionais alçados à liderança definham, e também suas equipes. Às vezes adoecem, sob o peso de precisar ter todas as respostas. Às vezes adoecem a todos à volta, por seu controle e centralização. Há os que conseguem pedir ajuda externa, com mentores e coaches. Mas os olhares externos têm eficácia reduzida, já que não conhecem a riqueza do contexto.